sexta-feira, 26 de junho de 2009

Rosa

Uma rosa me mostra
o fim de um amor...
já perdido.
As lágrimas caídas
são amargas
como tuas palavras,
teus gestos já trazem
a amargura de um tempo
que foi perdido no vazio
do teu olhar.
A brandura que outrora existia,
não ousa mostrar-se em teu rosto.
Uma rosa mostra o fim
de um amor já perdido.
Os versos que pronuncias
já não são mais de amor,
as carícias que me propicias
já me passam o temor
de te ver partir.
Me entregue esta rosa,
me entregue à solidão,
deixe-me viver no vazio
de teu olhar ou em teus
pensamentos vazios e eu te entrego
a mesma rosa como sinal de perdão.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Meu Par.




Um ranger de dentes
Se abrindo em um sorriso.
Um abrir de portas
Que range os dentes ao sorrir.
Um riso que ri melhor quando te tem...
Mas que cansou de sorrir pra tentar te ter.
Um cansar que não cansa de cansar a quem se cansa.
Um par, um ritmo, uma música, uma dança.
Sem ritmo! Sem música! Sem dança! Sem par!
Acorrentada ao tempo que me pedes...
Não me canso de entender o que não há como.
Não me canso de esperar.
Não me canso de dançar sem ritmo, sem música, sem dança, sem par!
Na tua dança eu danço sozinha.
Pouco te importas por eu dançar.
Arrisco em novos passos,
Rindo com o ritmo que não há,
Rangendo o tempo ao passar da música que me fez esperar.
Cansando ao abrir a porta,
Entrar e ver que todo o tempo que esperei não valeu à pena.
Sabes que não foi por não tentar.
Agora me cante uma música que tenha um bom ritmo, dance comigo. Seja meu par!

(Bia Rodrigues)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mês

O beijo! Como é doce e eterna a volúpia de um beijo!
Digamos que eu dê 30 beijos em 1 só dia. Em 30 dias haverei de ter dado 900 beijos.
30 dias correspondem a 1 mês, 1 mês corresponde a 900 beijos.
Beijo de língua, mordida no lábio, beijo na bochecha.
30 beijos em 1 dia, 1 mês de 900 beijos.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Palavras benditas

Muitas bocas caladas, muitos sorrisos desmanchados, muitos peitos choraram a dor da separação da pátria amada, da pátria rejeitada. Muitas idéias escondidas, sentimentos amargurados, saudade, receio, temor, ódio, medo, dor. Dor esta que pôde ser dita dura, dura ao ponto de magoar sentimentos ou simplesmente amordaçá-los, dura ao ponto de matar. A dor do silêncio que invadia nossas palavras, a falta de palavras, a vontade de falar, falar palavras descartadas, palavras doloridas, palavras malditas, que só quem sofreu as fortes pancadas pôde sentir o peso das palavras ditas. Regime de palavras, palavras trocadas por letras ordenadas, palavras escondidas por detrais de símbolos que nada significava aos olhos de quem via as simples “asneiras” de que as escrevia. Palavras indiretas, discretas, querendo tornar-se diretas já, já que se diretas fossem causariam dor de se expressar. Momentos de tortura, cadeias, celas, prisão, o retrato da maldita imposição. Queremos direito de nos expressar, direito de pisar no nosso chão, de morrer na pátria amada. Queremos o direito de falar nossas palavras, de inventar novas palavras e que sejam diretas ao ponto de cortar pela raiz toda e qualquer forma de repressão. Queremos o direito de escolher nossos próprios representantes, de lutar pelo que desejamos, de fazer valer a vida, de botar pra fora do nosso peito a dor da pátria mãe aflita. Sentimos muito ao desejar justiça social. Queremos ser felizes, com nossas palavras ditas e escritas, com nossas idéias benditas, com nosso amor. (por Beatriz Rodrigues)


“No dia 1.º de abril de 1964, iniciava-se a ditadura militar no Brasil. Perseguições políticas, tortura, morte e grandes agitações culturais e sociais são os aspectos mais lembrados pelos brasileiros quando se fala no período — apesar de muita gente acreditar que as gerações mais novas não dão a devida importância ao regime no Brasil.”( Por Ederson Prestes Santos Lima e Diogo Dreyer)

Feitiço contrário

Anteriormente havia dito que jamais iria esquecer-te.
Olhava pra todos os cantos, todos os gestos e pessoas me lembravam somente a ti.
Tinha medo de que o feitiço dos teus olhos me deixassem total dependente deles. Malignos feitiços aos quais derrotei com a indiferença que eu jamais sabia habitar em mim.
Brinquei contigo, brinquei com as palavras que tu me transmitias, brinquei com todos(eu e minha indiferença).
Calei tua boca com beijos, ensurdeci teus ouvidos com sussurros cheios de terceiras intenções, deixei na pele a marca de um batom que nunca vai sair do teu corpo.
Agora és meu dependente e nada mais me liga à ti a não ser a minha indiferença.
Feitiço contrário.

domingo, 19 de abril de 2009

Odio do não odio

Odeio não odiar seu nome. Odeio não odiar seus olhos. Odeio não odiar seu rosto, seus pelos, sua boca, sua pele e sua voz.
Odeio não odiar seu sorriso que brinca com minha mente, mente essa que mente na mentira de te amar.
Odeio não odiar seu cheiro. Odeio não odiar seus cabelos. Odeio não odiar suas mãos, seus pés, seu jeito.
Odeio te amar por inteiro, dedo a dedo, pelo a pelo, amar cada fio de cabelo teu, que me aparecem em pensamentos ligeiros, despertando a cada dia que passa o ódio de não te odiar, de te ter sempre em minha mente, que certamente mente na mentira de te amar, que não cansa de brincar, não cansa de odiar não te odiar.

Cegos

Errei ao te amar, principalmente sabendo que não era correspondida. Tive pouca chance e contigo fiquei meio perdida.
Amava você ao ponto de ser uma tola míope, acredite o amor nos entorta a visão. Agora graças a DEUS você me comprou os óculos de grau perfeitos, enxerguei assim todos os seus defeitos e vi que o real tolo de toda a historia é você.
Desejo que você sinta por outra pessoa o que por você eu senti. Que fique míope de amor, astigmático de paixão, estrábico de razão e que ao invés de ela lhe comprar os colírios e óculos necessários para a volta da visão normal, lhe arranque um olho de cada vez sem pena nem dó, para que o amor lhe deixe cego e total dependente dele. Que ela lhe maltrate e não goste de você. Só assim você aprendera a respeitar o verdadeiro amor, o amor que nos entorta a visão e nos tira a razão. Acredito que estou bem melhor sem você.

Ressaca

Depois de goles certeiros a noite pesava sobre minha cabeça. Leves tonturas. A noite desabou. Amanheceu. Ressaca